Notícias

Reposição de ovelhas Serra da Estrela dizimadas pelo fogo fica concluída este ano

Fonte da imagem: autoctones.ruralbit

 

Um terço das ovelhas da raça autóctone dizimadas pelo fogo em 2017 já foi reposto, revelou a Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela (ANCOSE), prevendo recompor a totalidade ainda este ano.

O presidente da direção da ANCOSE, Manuel Marques, disse à agência Lusa que quase 700 ovelhas, produtoras do leite com que é feito o queijo com denominação de origem protegida (DOP) Serra da Estrela, já tinham sido repostas no início deste mês.

"Vamos chegar este ano à totalidade", adiantou, recordando que pelo menos 5.000 destes animais morreram na região, na sequência do incêndio de 15 de outubro de 2017, mas que, destes, apenas "dois mil e poucos estão inscritos no livro genealógico" da Serra da Estrela.

A ANCOSE, segundo Manuel Marques, só apoia a reposição dos efetivos registados no livro genealógico da raça regional.

No entanto, esta concede outros apoios aos pastores que não estão vinculados à preservação da ovelha Serra da Estrela, aos quais presta serviços médico-veterinários.
Com sede em Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, a ANCOSE anunciou em janeiro que iria distribuir "mais de 25 mil euros de ração" pelos produtores associados.

A oferta de 2.500 sacos de ração "vem na senda do já sucedido após os incêndios", quando foram doados "mais de 15 mil euros em ração e palha, o mesmo sucedendo em 2018 com a doação de 5.000 euros em blocos de sais vitamínicos".

Depois da tragédia de 2017, foi montado um centro de recria, em Oliveira do Hospital, com o qual a associação contribui para salvar a ovelha Serra da Estrela e os três produtos DOP a ela associados: o queijo, o requeijão e o borrego.

De acordo com estimativas da ANCOSE, nesse fogo terão perecido mais de 8.000 pequenos ruminantes, maioritariamente ovinos, mas também alguns caprinos.

Nos últimos meses, devido à geada e baixas temperaturas, com a consequente redução dos pastos disponíveis, os pastores registaram quebras na produção de leite para queijo certificado "na ordem dos 30 a 40%", segundo Manuel Marques.

A região demarcada abrange 18 municípios: Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu, nos distritos de Viseu, Coimbra, Guarda e Castelo Branco.


Fonte: RTP1 Consultar fonte
Data de publicação: 11/02/2019 08:48