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Embargo russo travou exportações de todo o sector agro-alimentar

 

As exportações globais de produtos agrícolas e alimentares da União Europeia para a Rússia caíram 43% entre Agosto de 2014 e Julho de 2015. Desde que a 7 de Agosto o embargo foi decretado não foram apenas os produtos afectados que deixaram de ser vendidos naquele mercado. A decisão política de Moscovo fez cair o valor global todos os outros bens produzidos na UE e as vendas reduziram de 11 mil milhões de euros para 6300 milhões de euros neste período, reflectindo o efeito do embargo.

Em Portugal, aconteceu o mesmo. No ano passado, as vendas globais para a Rússia já tinham recuado 14,2% face a 2013 para um total de 41.400 milhões de euros, de acordo com dados do INE. Em 2015, o impacto do embargo foi ainda mais visível. Entre Janeiro e Abril, as vendas de produtos agro-alimentares nacionais atingiram os 7,6 milhões, o que significa uma derrapagem de 44% em relação aos mesmos meses de 2014.

Com a fronteira russa encerrada, as empresas viraram-se para outros países, onde concentraram esforços de venda. Em 12 meses de embargo, as exportações da UE para países terceiros aumentaram 5,7% em valor. No mês de Julho cresceram 8% face ao homólogo de 2014 e a Comissão Europeia já veio sublinhar que o sector agro-alimentar “conseguiu compensar as perdas nas vendas para a Rússia com aumentos de exportações para outros mercados alternativos”.

Assim, os produtos europeus foram mais comprados nos Estados Unidos (+16%), na China (+33%) e na Suíça (+5%). Registaram-se subidas expressivas também nas exportações para a Coreia (+39%) e Egipto (+26%).

O caso do leite é um dos mais graves, já que, além das consequências do embargo, o preço pago aos produtores está a cair mensalmente desde que o fim das quotas leiteiras entrou em vigor (Abril). Há ainda quebras no consumo de leite e excesso de produção. A Comissão Europeia avançou com um pacote de 500 milhões de euros de ajudas específicas (que abrangem também os produtores de carne de porco) e, em Portugal, foi aprovado um plano de acção que inclui uma nova linha de crédito e a isenção do pagamento da Segurança Social durante três meses.


Fonte: Público Consultar fonte
Data de publicação: 02/10/2015 08:31